O grande ambientalista Osvaldo Aguiar da-nos então a entrevista do ano.Em meio a essa avalanche de movimentos ambientalista viemos a vos trazendo nossa mensagem "verde".
Moacir Oliveira
O Professor Osvaldo Aguiar é sobralense formado em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), também é Técnico em Agroecologia, vem já há sete anos desenvolvendo um trabalho com um Instituto de Ecologia Social Carnaúbas (Instituto Carnaúbas) na região Norte do Ceará.
Moacir Oliveira: O que vem a ser o Instituto de Socioecologia Carnaúbas? O qual você é presidente.
Prof. Osvaldo: O Instituto de Socioecologia Carnaúbas é uma entidade não governamental, que esta vindo a desenvolver a socioecologia na região.
Moacir Oliveira: O Instituto Carnaúbas vem trabalhando apenas em Sobral ou em outros municípios da macro região?
Prof. Osvaldo: Hoje nós trabalhamos aqui na cidade de Sobral e também em mais dezenove municípios da região.
Moacir Oliveira:Professor Como vocês do Instituto vêm desenvolvendo a sócio ecologia?
Prof. Osvaldo: Estamos desenvolvendo esse foco da agroecologia da sócio ecologia solidária, trabalhando a conversão da agricultura sedentária para uma agricultura ecológica de forma que traga benefícios tanto para o agricultor quanto para o meio ambiente.
Moacir Oliveira: Essa mudança, por si só, é radical para o agricultor. Mas como vem sua aceitação, para com os mesmo?
Prof. Osvaldo: Nos temos uma série de dificuldades, pois estamos indo contra uma tecnologia arcaica difundida há mais de quinhentos anos. Que prega a derrubada de árvores, do uso do agrotóxico, da queima, e enfim uma cultura já vinda dos seus ancestrais. Mas esse enfrentamento deve ser feito por uma educação. Em que ensine aos mais novos o correto e tente mudar a concepção dos mais velhos, mesmo que difícil.
Moacir Oliveira: Os jovens vêem abrangindo melhor essa idéia? E ajudam no repasse dela?
Prof. Osvaldo: Trabalhamos esses dois focos a juventude e a mulher, seu papel é muito forte. A mulher por está presente na agricultura família e os jovens por seres os futuros agricultores. Esse é nosso objetivo, que o jovem venha a compreender a sua importância. Pois eles são meios importantíssimos para nos ajudar nessa missão, que é fazer com os agricultores entendam essa nova forma de fazer agricultura. E também temos como desafio fazer com que os jovens "apaixonem-se" pelo campo, mostrar a eles que tem sim futuro a agricultura ecológica. E que não precisa se deslocar de seus lugares para procurar melhoras, pois as melhoras estão na terra.
Moacir Oliveira: Professor o Instituto Carnaúbas vem recebendo apoio governamental? Ou a ONG faz um trabalho solo?
Prof. Osvaldo: Hoje nos recebemos apoio tanto do governo municipal de Sobral quanto dos demais municípios que o Instituto trabalha. E trabalhamos com parcerias com Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), com o governo federal através do Ministério do meio ambiente, com o Banco do Nordeste (BNB) o qual estamos desenvolvendo um projeto desenvolvimento agro florestal serra da Meruoca, temos um projeto que esta sendo desenvolvido em cinco bairros de Sobral em parceria com a Ong Alemã MISERE que busca acabar com a fome e miséria do mundo. Enfim são fortes ajudas.
Moacir Oliveira: Professor o que dizer do selo verde, programa do governo estadual para com os municípios "ecologicamente correto"?
Prof. Osvaldo: Esse "selo verde" é um programa bem notável, mas deve ter se um cuidado. Pois estão apenas maqueando os municípios para que consigam esse "tal" selo. Nossa preocupação é com uma política publica voltada realmente pára o meio ambiente, deve-se ter atitudes concretas
e não apenas simples medidas que visam à aquisição desse selo. Tornou-se uma forma de fazer política, assim como o selo Unicef, e não esta havendo uma política voltada para o meio ambiente. O "cara" faz um CONDEMA (Conselho de Desenvolvimento do Meio Ambiente) apenas por que o selo exige e não para realmente exercer a função de conselho.
Moacir Oliveira: Muito obrigado Professor, gostaríamos que deixasse-nos suas considerações finais.
Prof. Osvaldo: É muito importante um trabalho como esse que vocês da revista carpe vêem desenvolvendo. Pois realmente o povo tem que ficar a par dos acontecimentos. E importante estarmos conscientizando a população desse direito que a sociedade tem de morar numa cidade limpa uma cidade ecologicamente correta. E que vejam tudo isso não como uma obrigação, mas como uma necessidade urgente.
